Recortes | Economia da Cultura – Está na hora de conhecer o Plano Nacional de Cultura

Metas do Plano Nacional de Cultura prometem mudanças no cenário brasileiro. Será que conseguirão? Fotos: Reprodução.

Você conhece o Plano Nacional de Cultura (PNC)? Então está na hora de conhecer – e de cobrá-lo. O PNC, diz o documento oficial, é um conjunto de metas e ideais traçado pelo Ministério da Cultura para orientar o poder público na formulação de políticas culturais. Como tudo no Brasil, entretanto, as coisas não são tão fáceis assim.

Previsto no artigo 215 da Constituição Federal, o PNC só foi realmente criado em dezembro de 2010, pela Lei n° 12.343. Segundo o texto da nova legislação, o programa deveria servir para “valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais, promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções, universalizar o acesso à arte e à cultura, estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional” e mais um monte de coisas bonitas. Pena que não é bem assim. Na prática, o que deveria funcionar e alinhar as políticas culturais dos estados e municípios brasileiros não encontra sucesso.

Essa conexão entre o Plano Nacional de Cultura, estados, cidades e o Governo Federal, que deveria ser feita pela articulação do Sistema Nacional de Cultura (SNC), caminha devagar. Para que seja posto em prática, o projeto depende da adesão dos estados e das cidades, de forma voluntária.

Projetos alternativos de cultura, como o circo, teatro de rua e economia criativa, devem entrar na discussão. Foto: Cleiton Thiele/SerraPress

Como o processo é burocrático e não obrigatório, ainda são poucos os lugares que aderiram ao SNC, mesmo que o debate continue vivo nas entidades da área. Até abril de 2012, 15 estados e 499 municípios haviam assinado e publicado acordos de cooperação federativa para o desenvolvimento do SNC e mais 3 estados e 472 cidades estavam em processo de integração. Ou seja, pouco mais de 60% dos estados estão interessados no processo, enquanto o número de municípios não é nem 30% das 3.339 cidades pretendidas pelo PNC.

Válidas até dezembro de 2020, as metas do PNC deverão sofrer avaliações periódicas e eventuais correções e adaptações. Anunciados no final do ano passado, os objetivos não encontraram na população a recepção esperada. Depois de meio ano, ainda são poucos os interessados que realmente entendem o que isso significa e seu papel nesse esquema todo.

Para quem deseja mudar esse quadro e colaborar, participando do monitoramento e revisão do Plano, ainda há tempo. O prazo para cadastramento de eleitores e candidatos ao Conselho Nacional de Política Cultural, responsável pela aprovação e fiscalização do PNC, foi prorrogado até 8 de agosto. Quem atua em áreas técnico-artísticas ou de patrimônio cultural pode debater as temáticas do seu segmento e eleger delegados estaduais, que formarão o colégio eleitoral nacional para a escolha dos membros do Colegiados Setoriais do CNPC.

Para obter mais informações e participar do processo eleitoral do CNPC, clique aqui.

Para conferir as metas do PNC até 2020, clique aqui.

Compartilhe
Ler mais sobre
Notícias Políticas culturais

Secretaria da Cultura do Estado tem corte de mais de 80 milhões da proposta orçamentária

Opinião Políticas culturais

Editorial: Fim do Ministério da Cultura é um retrocesso irreparável