Um conjunto de obras de arte realizadas por mestres da pintura como Picasso, Monet, Chagall e Klimt, e também por artistas nem tão famosos mas de inegável valor, foi disponibilizado na rede. Mas não se trata de uma mera coleção virtual – existe neste acervo uma particularidade. As obras que o compõem são roubadas.
Trata-se do resultado da que é considerada uma das grandes pilhagens em massa da História. Aconteceu há mais de seis décadas, durante a Segunda Guera Mundial, por parte dos nazis que tomaram os pertences das vítimas do holocausto. Entre aqueles de importância artística, cerca de 20 mil foram catalogadas e disponibilizadas virtualmente no site www.errproject.org/jeudepaume.
O anúncio foi feito ontem durante a Conference on Jewish Material Claims Against Germany, a Claims Conference, que aconteceu em Nova Iorque. O trabalho de digitalização no banco de dados vem sendo realizado desde 2005, através de pesquisas nos arquivos da Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg (ERR), agência alemã que praticava as espoliações entre 1940 e 1944. A ação foi realizada em parceria com o United States Holocaust Memorial Museum.
As obras pertenciam principalmente a judeus da França e da Bélgica. O objetivo do trabalho é não apenas reconstituir a história de um dos grandes ataques da História Cultural, mas também oportunizar às famílias das vítimas do holocausto a recuperação de seus bens roubados. Em comunicado, a Claims Conference afirmou que este acervo virtual “deve ser consultado por museus, galerias de arte e casas de leilões, para perceberem se têm em sua posse arte roubada pelos nazis, e por famílias que procuram há muito tempo a herança desaparecida”. Estima-se que foram apreendidas cerca de 650 mil peças de arte neste período, e que milhares continuam perdidas.