As últimas horas do poeta espanhol Federico García Lorca, fuzilado em agosto de 1936 por franquistas, foram reconstruídas pelo historiador Miguel Caballero Pérez, de Granada. De acordo com matéria publicada pelo Guardian, o pesquisador investigou durante três anos arquivos militares e policiais do início da Guerra Civil Espanhola, podendo ter desvendado um dos episódios mais misteriosos deste período.
Os resultados desta pesquisa estão no livro espanhol “Las 13 últimas horas en la vida de Federico García Lorca”, publicado na última semana. Além de identificar os nomes dos seis policiais presentes no fuzilamento em que foram mortos o poeta e outros três prisioneiros anarquistas, Caballero Perez identifica o possível local em que Lorca foi enterrado.
Verificando as informações recolhidas na década de 1960 pelo jornalista Eduardo Molina Fajardo, Caballero Perez chegou à conclusão de que Lorca foi sepultado em uma vala que já estava aberta – um buraco cavado por alguém à procura de água – em uma região entre Viznar e Alfacar. Fajardo pertencia à Falange, o partido que apoiava Franco, e por isso teve acesso a depoimentos de pessoas que não teriam motivos para negar-lhe a verdade. Caballero Perez pôde verificar a partir de documentos a veracidade das informações da década de 1960.
Os executores foram Mariano Ajenjo, Salvador Varo, Juan Jiménez, Fernando Correa, Antonio Hernández e finalmente Antonio Benavides, o autor dos tiros que mataram Lorca. Ele posteriormente relatou: “Le he dado dos tiros en la cabeza al cabezón”. O comandante era José María Nestares. Um dos motivos do fuzilamento foi um acerto de contas entre famílias ricas de Granada, além das razões políticas. A homossexualidade assumida do poeta também foi um dos fatores determinantes identificados por Caballero Perez.
Para saber mais sobre o poeta, visite a página da Fundação Federico García Lorca: www.garcia-lorca.org