O diretor espanhol Carlos Saura, consagrado por filmes como “Ana e os lobos” (1972) e “Cria cuervos” (1976), toma o quadro “Guernica” do conterrâneo Pablo Picasso (1881-1973) como ponto de partida para a sua nova realização. O longa “33 dias”, cuja produção foi recém iniciada, retrata o tempo que o pintor dedicou à denúncia dos horrores da guerra através de sua emblemática tela, hoje exposta no Museu Reina Sofía, em Madri.
Combinando a vida afetiva de Picasso com o cenário político da Espanha em meados de 1937, Saura quer mostrar o processo de criação da obra, encomendada pelo governo espanhol em plena Guerra Civil para o pavilhão da Espanha na Feira Internacional de Paris. Em abril daquele ano a cidade de Guernica fora bombardeada por aviões italianos e alemães que estavam ao lado de Franco – um ensaio para os extermínios de civis realizados ao longo da Segunda Guerra Mundial.
Saura está levantando orçamento para construir locações na Espanha e na França relativas ao período em que se passa a história. A seleção de atores também está sendo feita por estes dias. O diretor adianta em entrevista ao jornal O Globo que a fotógrafa francesa Dora Maar, amante de Picasso na época, também será representada no filme, afinal “foi a única que fotografou a evolução do quadro”. Ainda não há data para estreia.