Em 1º de outubro de 1982, chegava no mercado o primeiro reprodutor comercial de discos compactos. O CDP-101, que pesava 7,6 quilos e custava em torno de R$ 4,3 mil, começou a ser vendido em Tóquio/Japão. Com ele, foram lançados pelas gravadoras CBS/Sony e Epic/Sony cinquenta títulos em CD, com músicas cujos estilos variavam de Mozart a Simon&Garfunkel, de Beethoven a Julio Iglesias. Apesar da atual crise do suporte, que chegou a escantear os LPs do mercado por um considerável período, o CD marcou uma revolução digital na indústria fonográfica.
O surgimento do CD comercial começou a ser articulado anos antes, em 1979, quando a japonesa Sony e a holandesa Philips iniciaram uma colaboração para criar um suporte que permitisse o áudio digital em ambiente doméstico. O seu tamanho inicial, de 11,5 centímetros, acabou imitando o das então populares fitas cassetes, formato criado pela Philips no começo dos anos 60. Mas a Sony, pensando na capacidade de tempo de música que poderia ser armazenada, aumentou o CD em meio centímetro: assim seria possível ter 74 minutos de conteúdo em audio no disco.
O tamanho foi resultado também de uma pesquisa das empresas relativas às medidas médias dos bolsos das jaquetas – a facilidade do porte sempre foi pensada. O primeiro reprodutor portátil dos pequenos discos surgiu apenas dois anos depois do primeiro reprodutor de CD: em 1984, a Sony lançou o discman D-50. A mania do CD espalhou-se rapidamente, em 1986, a produção anual já alcançava 45 milhões de unidades, ultrapassando a produção dos discos de vinil.
A difusão de outros formatos tecnológicos nos últimos anos vem causando um impacto inegável no mercado de CDs: no primeiro trimestre desse ano, por exemplo, as vendas online de música superaram pela primeira vez as vendas físicas no Reino Unido, segundo dados levantados pela Indústria Fonográfica Britânica (saiba mais aqui). Os dados estão longe de determinar o fim do suporte, afinal, há público para todos: basta observar a onda revival dos vinis.
Para marcar o 30º aniversário da chegada do CD ao mercado, a Universal Music lançou no Japão uma série especial de CDs que inclui a nona sinfonia de Beethoven. A composição, em uma de suas versões mais longas, foi tomada como referência para a definição da capacidade de armazenamento que o CD deveria conter, na época de sua elaboração comercial.
Vale tirar o pó do reprodutor de CDs para comemorar a data.