“O show é para que vocês se divirtam bastante”. Esse foi o recado que Cícero deu a todos que foram vê-lo na noite de sábado (25), no Opinião. O cantor carioca de 28 anos se apresentava pela quarta vez na Capital, terceira na esquina da José do Patrocínio com a Joaquim Nabuco. Por ser um artista que ficou conhecido graças à internet, a maioria do público presente era jovem. Fato que notei ao chegar perto do horário de abertura dos portões, às 19h30min, pois havia poucos carros estacionados, sinal de que caronas prevaleceram. Próximo da hora prevista para a apresentação, às 21h, vozes mais graves acompanhadas de saltos e barbas preencheram o local.
Com alguns minutos de atraso, ressaltados por um chamamento ao palco, a banda formada por Gabriel Ventura (guitarra), Cairê Rego (baixo), Uirá Bueno (Bateria), Bruno Schulz (acordeon) e, claro, Cícero Rosa Lins, subiu para divertir os presentes. A performance da noite faz parte da turnê d’A praia, que mistura músicas dos três álbuns: Canções de Apartamento (2011), Sábado (2013) e A Praia (2015), valorizando seu último projeto. O cantor fez uma mistura homogênea, mostrando que, apesar de compor em momentos e com propósitos diferentes, suas canções dialogam entre si.
Os que separaram a camiseta estampada com o balão de ar, símbolo do Canções de Apartamento, não ficaram magoados. Foram acompanhados de fitas com “Tempo de Pipa”, não se importaram por ser uma noite de sábado com “Ponto Cego”, tiveram a chance de indicar alguém para amar com “Açúcar ou adoçante?” e falaram para ele como amar machuca com “Pelo interfone”. Mesmo sendo um dos seus sucessos, Cícero ficou nervoso ao cantar “Vagalumes Cegos”, mas foi ajudado por um coro que fez questão de ser solidário nessa hora, afinal de contas, ele estava bem bonito com a luz comprida, para quem o assistia.
Quando lançado, Sábado foi considerado um álbum menos afável, mostrando um olhar diferente de Cícero. Porém, o Opinião cantou todas as músicas do segundo disco. Além do arranjo da banda, “Capim-limão” ganhou a companhia de muitas palmas, e todos sabiam contar a história de um atropelamento em “Ela e a lata”. Em “Duas quadras”, Cícero fez um tributo ao sambista Cartola (1908-1980), encaixando “Preciso me Encontrar” à letra: (De lado pra alegria toda/Procuro calado a caixa de fósforos/A confusão a caminhar/E a solidão a batucar/Deixe-me ir/Preciso andar/Vou por aí a procurar/Rir pra não chorar). Também estiveram nas selecionadas “Pra aminar o bar”, “Asa delta” e “Porta, retrato”.
Durante a apresentação, uma fã foi ao palco abraçar o artista, dizendo “oi!”. Pego de surpresa, ele proferiu a mesma fala e abraçou a moça. Surpresa, na verdade, mostrou ser a palavra que definiu a visão de Cícero sobre o show, pois todas as canções de A Praia, contidas no setlist, foram fortemente acompanhadas pela plateia. “O bobo”, “De passagem”, “Albatroz”, “Camomila”, “Isabel (carta de um pai aflito)”, “Soneto de Santa Cruz” e “Terminal Alvorada” pareciam músicas antigas e populares do carioca, pela forma com a qual o público as cantou. Se a intenção era fazer com que todos os presentes se divertissem, Cícero e sua banda conseguiram realizar isso da melhor maneira possível, se divertindo.
Opa, muito obrigada, Vanessa, tu não imaginas como ficamos felizes com essas palavras de carinho 🙂
Que matéria linda!
As músicas do Cícero são muito especiais pra mim e mal posso esperar pra ver o show dele amanhã no Teatro Mars! 🙂
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