Imaginário, voz e autoria feminina na literatura


veredas-banner-300x300px (1)Esta é a primeira matéria produzida para o Veredas, espaço de poucas certezas e muitas perguntas a fazer. Talvez não exista uma verdade única, provavelmente cada resposta provoque outras dúvidas. Não importa. O relevante é falar das mulheres que escrevem, leem, pesquisam e já marcaram a história da literatura, apesar da invisibilidade a que foram relegadas, e ainda são.  

O resgate de escritoras do passado, a influência e a postura acadêmica diante das teorias e da crítica feminista foram alguns assuntos abordados com uma das maiores autoridades no tema, a professora Rita Schmidt. Integrante do Grupo de Trabalho Mulher e Literatura da ANPOLL (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística), Rita é professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), atua, entre outras, nas áreas de estudos interdisciplinares de gênero, violência e trauma, resgate de escritoras brasileiras e sul-riograndenses e crítica da cultura.

Durante o primeiro congresso da ANPOLL, em 1986, no Rio de Janeiro, foram criados os grupos de trabalho dentro da referida associação. Um dos primeiros a surgir foi o GT A Mulher e Literatura. Rita participou como co-fundadora deste grupo, por meio de um trabalho de pesquisa que começou a se desenvolver no Brasil sobre questões relativas à historiografia literária, o estatuto da crítica literária, à invisibilidade das escritoras brasileiras e latino-americanas, em suma, à invisibilidade da autoria feminina no cânone ocidental.

A professora recebeu o Veredas em sua sala, no Instituto de Letras da Ufrgs. Confira os principais temas abordados durante as quase duas horas de conversa.

Rita Terezinha Schmidt é uma das pesquisadoras pioneiras da crítica feminista no Brasil (Foto: Lidiane Bach/Nonada)
Rita Terezinha Schmidt é uma das pesquisadoras pioneiras da crítica feminista no Brasil (Foto: Lidiane Bach/Nonada)

Veredas – Como se deu a trajetória da crítica feminista no Brasil?  

Rita Schmidt – Fui desta primeira geração que começou a fazer um trabalho vinculado a linhas de pesquisa. E uma das linhas mais fortes foi o resgate das escritoras brasileiras. Claro que todos transitavam num campo que era bastante novo no período, que era a Teoria e a Crítica Feminista, que emergiu na Europa e nos Estados Unidos, na década de 1960. Foi nesse período que ingressaram na academia as professoras de literatura que começaram a galgar dentro da carreira. Até então, na área de Letras, a carreira sempre havia sido dominada pelos homens. Eu fiz minha graduação na UFRGS, entrei em 1971 e sai em 1974. Meus professores de literatura foram todos homens.

Veredas – Vocês, mulheres, conseguiam ter esta noção na época?

Rita – A gente não tinha a mínima ideia, não se questionava “mas por quê? Onde estão os escritos das nossas mulheres? Das nossas escritoras?”. Mesmo no campo da teoria não existia esse questionamento. Ele foi feito por nós, que fazíamos a pós-graduação no exterior, na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos, basicamente. Tínhamos tomado conhecimento de textos clássicos, fomos ler com outros olhos Simone de Beauvoir, O segundo sexo. Ela inaugura um pensamento filosófico a respeito da condição feminina. E ela vai questionar o estatuto da condição feminina gerado a partir de vários discursos sobre a mulher, que sempre a inferiorizaram.

Veredas – Uma questão do Enem deste ano, que envolvia o nome de Simone de Beauvoir, provocou polêmica na prova do Enem, assim como o tema da redação [“A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira].

Rita – Exatamente. Nota 10 para o tema da redação do Enem, porque é a primeira vez que ganha força dentro da academia a temática da violência contra a mulher em nosso país, que nos deixa muito envergonhados perante a comunidade internacional. O Brasil está nos primeiros lugares nos índices de violência contra a mulher. Estava lendo numa reportagem sobre a Argentina onde uma mulher é morta a cada 31 horas. No Brasil, uma mulher é morta a cada hora.

O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, é uma das referências da crítica feminista
O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, é uma das referências da crítica feminista  (Foto: reprodução)

Veredas – A academia é conservadora?

Rita – Sim, a academia é muito conservadora. Isso nós sempre sentimos como pesquisadoras da área porque sofremos nas nossas instituições muito preconceito. Minha colega, que também escreveu muito sobre a mulher, a Heloisa Buarque de Holanda, diz que o curso de Letras é um dos mais conservadores. E é. Porque, particularmente ao que se refere à literatura, é ali onde se cristalizam os guardiães da cultura brasileira, em termos de produção, de estética literária, e o conservadorismo é muito grande. Todas nós, nas nossas instituições, sentimos na pele a discriminação por “ousarmos” levantar a questão do preconceito e da discriminação contra as escritoras nos nossos departamentos de literatura. Como nos “atrevíamos” desafiar o estabelecimento crítico e nos colocarmos como objetos e sujeitos de pesquisa? Nós, sendo mulheres, não teríamos legitimação para investigar a literatura escrita por mulheres.

Veredas – Mas até então os homens faziam o mesmo.

Rita – É, mas o sistema sempre funcionou com dois pesos duas medidas, que nossa cultura sempre formulou a partir de um ponto de vista patriarcal, tendo suas raízes no mundo antigo, na filosofia grega, com relação aos papéis que são atribuídos às mulheres e aos homens. E, quando falo em papéis, estamos falando dos de gênero, que é uma construção cultural de discursos que se estabelecem a partir de uma diferença sexual. O sexo é um dado biológico: se nasce com o corpo de macho ou fêmea. Agora, a designação de corpo feminino e masculino já é uma designação de gênero. Se esse corpo pertence ao homem ele é o sujeito por excelência, é o homem da razão. A mulher é desconstituída de razão dentro da construção de gênero, ela está para o corpo, para a materialidade, para a emoção. Nossa cultura patriarcal está construída a partir destas oposições binárias. São construções discursivas que ratificam uma oposição de gênero, que tem suas origens lá no sexo. Mas não é mais o natural, estamos falando de construções culturais.

Veredas – Há quem coloque em dúvida a importação da crítica feminista?

Rita – Essa sempre foi a grande crítica, a importação dos modelos. Só que a teoria da literatura sempre foi importada. Aqui na América Latina somos os importadores de teorias, e ainda, objetos das teorias que são produzidas no primeiro mundo. Existe uma longa tradição de importação de teoria. Na linguística, toda a teoria é praticamente importada. Nas outras áreas do conhecimento sempre foi.

Veredas – E como a crítica feminista é vista hoje?

Rita – A crítica feminista vai desarticular, questionar os paradigmas da cultura e as formas como a pensamos. Então ela faz uma intervenção direta na realidade e nas construções culturais. As teorias femininas foram vistas como uma ameaça, no sentido de destruição, até hoje.

Veredas – Por que a crítica feminista é vista com ressalvas por determinados grupos?

Rita – O sentido da Crítica Feminista é o de questionamento dos nossos modelos de Crítica Literária, de historiografia e daqueles utilizados para construir as histórias literárias. Por que os críticos literários nunca deram atenção aos escritos das mulheres? É porque sempre houve esta sedimentação do preconceito de que elas não são dotadas de criatividade, pois estão relegadas à reprodução da vida. A criatividade sempre foi uma prerrogativa masculina. Se as questões de gênero definem a mulher com o seu papel básico de reproduzir vida, ela é relegada a um corpo que reproduz. Houve ao longo da história esta diminuição de todos os escritos. Não é que elas não escreveram, elas foram neutralizadas e invisibilizadas.

Veredas – Quais seriam as principais vertentes da crítica feminista?

Rita  – A primeira é a de questionar os modelos, os paradigmas da cultura que vão consolidar certas imagens de história literária. A segunda é o de resgate da autoria, da voz, do imaginário construído pelas mulheres, mostrando o que elas escreveram. E escreveram fugindo daqueles moldes existentes. Ao contrário do que os intelectuais sempre disseram – alguns até reconheceram que as mulheres escreveram no século XVIII, XIX, mas sempre as diminuíram. “Essas mulheres não escrevem literatura”. Diziam isso porque eram os guardiões do termo “literatura”, que, então, pressupunha certos tipos de textos, os textos canônicos, eleitos como representativos de uma cultura.

 A pesquisadora recebeu o Veredas no Instituto de Letras da Ufrgs Foto: Lidiane Bach/Nonada)
A pesquisadora recebeu o Veredas no Instituto de Letras da Ufrgs (Foto: Lidiane Bach/Nonada)

Veredas – Como a literatura dessas mulheres é qualificada por aqueles que desconsideram a trajetória destas escritoras?

Rita – “Escrevem romances água com açúcar”. “Seus escritos não tem a forma estética bem apurada”. “A concepção da estrutura, o texto é mal estruturado”. É utilizada uma série de argumentos para dizer que os textos não mereceriam uma leitura séria, não passariam pelo crivo do rigor crítico.

Hoje, depois de todo este movimento de resgate dos textos do passado, se tem outra visão. [É fato que] as mulheres não só escreveram bons textos, como questionaram o estatuto da cultura, desarticularam muitas coisas. Principalmente a visão romântica. As mulheres foram as que realmente conseguiram captar todo o drama da nacionalidade, da formação da nação, da modernização. Nunca enfeitaram os textos, pelo menos os textos que nós temos recuperado em termos de literatura brasileira. São os textos mais sombrios, que deixam à mostra, por exemplo, a miserabilidade da escravidão. Deixam evidente o que acontecia nas casas dos senhores: casos de incesto, a violência sexual contra escravas, que eram forçadas a abortar, ou vendiam os filhos das escravas, porque eram abusadas pelo patrão. Além de mulheres indígenas que muitas vezes eram raptadas e trazidas das tribos para trabalharem como domésticas e sofriam abusos. Nossas escritoras brasileiras colocaram dedos nas feridas que nenhum dos nossos escritores homens colocou.

Os autores que escreveram os finais felizes foram os homens. As mulheres tiveram o senso dramático da realidade que os homens nunca tiveram, isso desarticula o estereótipo de que a mulher escreve o romance água com açúcar, ou romances sentimentais. Os homens eram os românticos e estavam pensando numa realidade que não existia.

Veredas – Elas se aproximavam mais da realidade?

Rita – Eu diria que elas elaboraram artisticamente uma visão nua e crua que tinham da realidade vivida e criaram ficções. Os textos são literários e não de documentação histórica. São romances, narrativas. Inclusive com arranjos formais muito interessantes. Com imagens muito candentes. É preciso que se diga que essas mulheres tiveram acesso privilegiado à educação num país em que só uma classe privilegiada de homens ia para a escola, porque não existiam escolas para as mulheres. No Rio de Janeiro e em Porto Alegre, as primeiras escolas de ensino básico para as mulheres começam a aparecer em 1860, mas nós temos escritoras antes disso.

Veredas – Qual a importância do resgate de escritoras?

Rita – Resgatar estes textos significa reescrever as nossas histórias literárias, não se tem outra coisa a fazer. É preciso incorporar e reescrever porque temos diferentes perspectivas sobre a nossa própria história e cultura. As mulheres não duplicaram os textos escritos pelos homens, elas escreveram com diferenciais muito grandes, e um primeiro diferencial é o protagonismo feminino. Elas constituem personagens femininas que não são resultado de um olhar masculino e isso faz toda a diferença. Óbvio que existe uma identificação da autora de alguma forma com este outro feminino sobre o qual ela está escrevendo. Até porque as mulheres eram estigmatizadas pela sua condição feminina. Uma condição que relegava a mulher a um papel secundário, restrito à vida doméstica e à reprodução.

Veredas – Como a senhora enxerga a predominância da autoria masculina na literatura?

Rita – A entrada [das mulheres] no mundo das letras significou uma intervenção na constituição daquele mundo. De certa forma, uma conclamação para que os leitores conhecessem essas obras e esse outro imaginário, que é bastante diferente. A questão é: o imaginário masculino sempre passou como sendo o imaginário universal. Mas não existe nada universal. Só que o sujeito masculino sempre reivindicou para si este lugar. Quando vamos analisar as personagens masculinas nos textos escritos pelos homens vemos que não há nada universal. Ali existe um viés bem demarcado de gênero. Isso está presente em toda a literatura ocidental, o monopólio masculino da voz, da autoria e do privilégio de representar a mulher.

Mas não existe autonomia para as personagens femininas representadas na literatura escritas pelos homens, pelo menos no passado. Mulheres autônomas e autoconscientes são barradas, eliminadas, taxadas de subversivas. Quer dizer, o fim delas não é nada agradável. Sempre houve um estigma muito grande: ou a fraqueza, a dissimulação, todas aquelas ideias que ainda fazem parte do imaginário masculino, pois nossa sociedade ainda é muito patriarcal. A redução da mulher ao corpo, a matéria, é uma das mais trágicas. Isso faz com que alguns homens se sintam na prerrogativa de dizer “se ela veste saia curta, ela merece ser estuprada”. Não. A mulher pode se vestir do jeito que quiser, é uma escolha dela. Mas não há o direito do outro dizer que ela merece ser estuprada, é infringir o direito das mulheres.

Veredas – Que tipo de reflexo a ausência da pesquisa, de resgate ou do número de escritoras se dá na literatura?

Rita – Eu poderia mencionar as histórias da literatura brasileira do Afrânio Coutinho, do Alfredo Bosi, do Antonio Candido, Sílvio Romero. São histórias canônicas dominadas pelos homens. A literatura canônica invisibiliza a autoria feminina na literatura brasileira. A invisibilidade da autoria feminina causa prejuízo porque temos apenas um enfoque sobre nossa história e cultura. Os efeitos disso: temos uma única voz, a masculina, o que sedimenta a ideia de uma cultura patriarcal, com uma única voz. Isso perpetua a ideia de que as mulheres não escreveram.

Veredas – Isso reflete na sala de aula, na graduação?

Rita – Sim, essa situação perpetua uma série de estereótipos sobre a ausência desta produção. É uma visão bastante unilateral, que projeta uma imagem feminina com a qual as alunas vão se identificar contra si mesmas. Porque essas imagens femininas são geradas a partir de uma perspectiva masculina. São personagens que nascem como objeto de uma visão de um narrador que é sempre masculino. Isso gera um prejuízo muito grande para a leitora. Ela vai se identificar com representações que vão reafirmar sua inferioridade, o seu lugar à margem da cultura, vão ratificar um papel feminino da marginalidade, da reprodução de vida, em termos de estereótipos. Ou ela é a mãe, maternal, submissa, ou ela é a traidora, a pecadora, a dissimulada, não existem papéis femininos positivos para a leitora mulher. Por isso o resgate é tão importante, porque nossa cultura não se fez só a partir dos empreendimentos masculinos. As mulheres também foram empreendedoras, muitas vezes lutando contra uma série de preconceitos de sua época, e conseguiram publicar.

Exemplar de O Perdão, de Andradina de Oliveira (Foto: Lidiane Bach/Nonada)
Exemplar de O Perdão, de Andradina de Oliveira (Foto: Lidiane Bach/Nonada)

[Rita cita diversas escritoras, entre elas, Delfina Benigna da Cunha (1791 – 1857), precursora da poesia culta no Rio Grande do Sul; Maria Benedita Bormann (1853 – 1895); Julia Lopes de Almeida (1862 – 1934).

Rita – No início do século XX, tivemos Andradina de Oliveira (1878 – 1935). Ela foi jornalista, escritora. Assim como outras, foi uma mulher de estudos, participava da vida intelectual, mas os seus textos literários foram banidos. Eu reeditei O perdão, de Andradina, de 1910, pela Editora Mulheres. A história se passa em Porto Alegre. Traça um panorama que poderíamos chamar de etnoficção. Andradina é a precursora do romance urbano no Rio Grande do Sul. Mas, se você ler as histórias da literatura do Rio Grande do Sul, irá ver que os precursores do romance urbano são Dyonelio Machado e Erico Verissimo, na década de 1920.

Veredas – De que forma vemos este “apagamento” na sala de aula?

Rita – Meus alunos fazem relatórios da graduação, nas aulas de literatura, e é lamentável. Os professores são os principais veículos de manutenção do status quo. Os professores são resultados de uma dada formação e a multiplicam. Muitos alunos saem da graduação sem jamais terem lido alguma escritora, inclusive aqui, na própria, Ufrgs.

Veredas – Então podemos dizer que a propagação da literatura feita por mulheres deveria acontecer na academia?

Rita – Não poderia atribuir esse papel exclusivamente à academia, porque temos outros veículos de informação e formação, por exemplo, a mídia. Ela também tem um papel altamente regulador na cultura sobre aquilo que é divulgado ou silenciado.

Veredas – De que forma a academia poderia colaborar?

Rita – Por exemplo, no vestibular da UFMG, o Úrsula (Maria Firmina dos Reis, 1859) foi incorporado como leitura obrigatória. Na leitura obrigatória da Ufrgs, nem Clarice Lispector, reconhecida mundialmente é incorporada, foi uma vez, um ano. Lya Luft, uma vez também. É preciso ver para querer.

Veredas – Como a crítica tradicional enxerga a crítica feminista?

Rita – Já existiu muito preconceito porque a grande palavra que era utilizada para minar nossa autoridade era dizer que nós éramos ideológicas, ou seja, lutando a favor de um ponto de vista. A crítica tradicional sempre foi ideológica. Mas ideologia é um termo que a gente usa só pra denegrir o outro. Não se reconhece que, no próprio ato de denegrir o outro e chamá-lo de ideológico, a pessoa que enuncia este discurso também está sendo ideológica. Aqui (no PPG Letras) foi uma longa luta para instituir no programa de pós-graduação uma linha de pesquisa. No final da década de 1980 tivemos várias reuniões de debate. Eu a Marcia Navarro, que faleceu em 2010, éramos chamadas de ideológicas, as terroristas da academia. “[a crítica feminista] não é uma atividade intelectual, é política”, diziam. Mas a política está presente em todas as esferas das relações humanas, porque ela diz respeito às formas como organizamos nosso campo social.

Veredas – A senhora percebe se todas estas discussões sobre crítica feminista alteraram o olhar da leitura da mulher?

Rita – Sim, toda a leitura é um processo de empatia com determinado personagem. Por isso a leitura é tão importante dentro de uma cultura. Ela vai construindo discernimento com relação às imagens que são produzidas no texto em termos de identificação ou não. A mulher, em função da mídia, das discussões, está assumindo uma leitura mais crítica diante dos textos. Ela não se identifica passivamente com uma personagem por uma série de aspectos. Pode não saber articular o motivo, porque não tem trânsito na teoria, mas ela tem uma percepção da vida em certos aspectos. A questão do machismo na escrita já é altamente revelador na percepção desta leitora.

 

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Jornalista freelancer na área cultural e graduanda no Bacharelado em História da Arte (Ufrgs) e escritora. É autora do livro de contos “Como se mata uma ilha” (Zouk, 2019).
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