Desde o fechamento da mostra Queermuseu, no Santander Cultural, episódios de impedimento de espetáculos e retirada de obras em mostras pontuam em diversas cidades do país. O Observatório de Censura à Arte pretende mapear esses casos e colher relatos que não chegam à imprensa ou se restringem ao noticiário local. A iniciativa é do veículo de jornalismo cultural Nonada – Jornalismo Travessia.
O projeto surgiu porque a redação do Nonada começou a receber relatos no Rio Grande do Sul, onde fica a sede do veículo, e em outros estados, de cancelamento de eventos devido a argumentos políticos ou de “inadequação etária”. Os jornalistas pretendem montar um dossiê com os casos relatados até o final de 2019, com fotos, vídeos e links de notícias. O conteúdo será publicado com licença livre e poderá ser replicado por outros veículos.
“É dever do jornalismo reportar violações à Constituição, e a ideia do observatório vem nesse sentido: mapear casos que impedem a livre expressão, que sabemos não ser uma novidade, mas que certamente vem crescendo juntamente com o aumento de um discurso conservador e, por vezes, preconceituoso contra a cultura”, diz o editor-fundador do Nonada, Rafael Gloria.
Todos os relatos enviados, seja por artistas ou por testemunhas, terão sua veracidade comprovada por meio de técnicas de verificação jornalísticas. O dossiê será publicado no site do Nonada, mas o coletivo está aberto a parcerias com outros veículos. Os relatos devem ser enviados para o email nonada@nonada.com.br ou pelo formulário https://forms.gle/n9rtLyGN1EVy4bPr8