Nonada lança Rede Veredas de Artistas e Educadores Decoloniais

O Nonada Jornalismo lança nesta semana a Rede Veredas, uma rede de artistas e educadores interessadas e interessados em uma perspectiva centrada no sul global, com interseccionalidade em questões de gênero, raciais, geográficas e outras questões sociais e identitárias.

Artistas e educadores inscritos e inscritas terão seu trabalho divulgado no mapa da rede Veredas, previsto para ser lançado em outubro e também passam a integrar um grupo no WhatsApp voltado para debater políticas culturais, oportunidades de trabalho e o conceito de decolonialidade na arte e na educação. 

Segundo o professor José Carlos Gomes dos Anjos, do departamento de Sociologia da Ufrgs, a decolonialidade “é um conceito que deriva de uma persistente luta política e epistêmica dos movimentos sociais indígenas e do movimento negro – com muita participação do movimento das mulheres negras no processo de articulação das dimensões entre racismo e patriarcalismo”. O pesquisador explica que o conceito de raça é central para entender a decolonialidade, uma vez que serviu à continuidade da supremacia branca mesmo após a descolonização em povos não-europeus.

Já a descolonização, teorizada por pensadores e teóricos, como Patrice Lumumba e Aimé Césaire, Amilcar Cabral e o Frantz Fanon, refere-se à formação de nações pós-colonização europeia e a “um movimento de substituição das autoridades políticas europeias por autoridades políticas dos territórios outrora colonizados”.

Há ainda o conceito de contra-colonização, cunhado pelo intelectual quilombola Nego Bispo. Segundo Gomes dos Anjos, o termo é “bastante interessante, sugerindo que existem espaços e territórios indígenas e negros que nunca foram, de fato, colonizados”.

A Rede Veredas pretende funcionar como um grupo de formação, trocando referências, experiências, saberes e aprendizagens para aprofundar a aplicação do conceito de decolonialidade nas diferentes áreas de atuação. A iniciativa surgiu como forma de aproximar ainda mais o Nonada Jornalismo com seu público. A comunidade também será o espaço principal de recebimento de sugestões de pauta e novas ideias para a organização.

O projeto tem financiamento do programa Acelerando Negócios Digitais, com financiamento do Meta Journalism Project, ICFJ e apoio da Ajor. 

As inscrições estão abertas em processo contínuo no formulário abaixo:

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