Leila de Souza (foto: Letícia Gonçalves/Nonada)

Mulheres negras caiçaras promovem cultura e consciência ambiental em área poluída no RJ 

Letícia Gonçalves, especial para o Nonada Jornalismo

Rio de Janeiro (RJ) — “São tantos fazeres e saberes que as pessoas vão acabar nos chamando de ‘Doidas de Pedra'”, brinca Leila de Souza Netto, fundadora e integrante do grupo Mulheres de Pedra. A grande sacada por trás dessa coletividade é a oportunidade de recriar, construir memórias e promover a diversidade entre as mulheres. Nesse encontro poderoso, todas participam de fazeres artísticos, como tecer estandartes, fazer fuxicos, crochetar, bordar, pintar, plantar, escutar e acolher diferentes formas de feminilidade e histórias de vida.

A iniciativa da Coletiva Mulheres de Pedra reúne mulheres pretas e caiçaras com o objetivo de valorizar a cultura popular de Pedra de Guaratiba, uma antiga colônia de pescadores que preserva viva suas tradições e cultura caiçara. Localizada às margens da Baía de Sepetiba, uma área degradada pela poluição causada por grandes empresas, essa comunidade busca criar conexões que integrem o ativismo à educação socioambiental e decolonial no território.

A Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, guarda seus encantos como uma terra de histórias de pescadores e preserva sua natureza calma. É um lado diferente da cidade, com um carioquês próprio. Ao celebrar sua cultura popular, com folias de reis e outras tradições festivas, a Pedra de Guaratiba se destaca e se torna única em sua identidade.

O nome Guaratiba é indígena, e em tradução livre significa “abundância de guarás”, ou melhor dizendo, garças ou aves que tenham patas grandes. Lugar de muita religiosidade, abriga uma das igrejas mais antigas da cidade do Rio, chamada de Capela Nossa Senhora do Desterro, construída em 1629. 

A antiga colônia de pescadores da região revela seu potencial com o Mercado de Peixes Neco Russo, ativo há 15 anos, e a diversidade culinária em frutos do mar, com muitos restaurantes espalhados pelos arredores de Pedra de Guaratiba. Além disso, as profissões e os saberes caiçaras, como os das marisqueiras e pescadores, são uma característica marcante da vida neste bairro.

Cortejo de Carnaval (Foto: Thaís Brum/reprodução)

Foi no carnaval de 1988 que o casal Leila de Souza Netto e Sergio Vidal decidiu passar uma semana em Pedra de Guaratiba na casa de Heitorzinho dos Prazeres. A estadia, que inicialmente seria de apenas uma semana, se estendeu para duas semanas e, eventualmente, se transformou em uma vida inteira. Já são 25 anos morando em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio, por escolha. Leila de Souza, matriarca e liderança, mãe de duas mulheres, negra e pedagoga, revela que a casa, que funciona como o Ateliê das Mulheres de Pedra, sempre foi um local de encontros e festas para amigos e artistas da família. Nas palavras de Leila: “A gente viveu, vive e vai continuar vivendo por muito tempo na arte e cultura”, firmando sua contribuição com o território.

“Eu saio para caminhar, eu caminho menos e abraço mais!”, a frase da liderança Leila, que mostra o compromisso que tem em acolher e humanizar os afetos de mulheres que chegam cansadas, quebradas e vulneráveis e precisam da sensibilidade para construírem no coletivo suas identidades e fortalezas para assim, se tornarem Mulheres de Pedra. 

A história da Coletiva Mulheres de Pedra começou com uma ideia coletiva, geminada do encontro de quatro mulheres que organizaram uma visita à Dora Romana, uma renomada artista de Pedra de Guaratiba. Dora foi convidada a expor na casa de Leila, mas condicionou sua participação à montagem da curadoria que reunisse um grupo de 15 mulheres ao redor de um tecido de 30×30. As mulheres poderiam fazer o que desejassem com o tecido, e assim nasceu a Coletiva Mulheres de Pedra, que desde seu início trouxe a arte consigo.

“A gente teve 20 anos de poesia dentro dessa casa com o sarau poético, agora funciona em formato mais livre”, Leila discorre sobre as transformações artísticas na Casa das Mulheres de Pedra. A matriarca conta sobre os propósitos do projeto: “Agora, eu quero ir mais devagar e compreender melhor esses fazeres de mulheres, especialmente as memórias das mulheres negras. O nosso quintal é nosso quilombo, com negras caiçaras”, refere-se a sua ancestralidade através do ambiente sagrado. 

Pedra de Guaratiba vista de dentro do mar (Foto: Letícia Gonçalves/Nonada)

Conhecendo o cantinho que abriga o universo das Mulheres de Pedra, ou melhor, o nosso quilombo, encontramos cinco casas dispostas no quintal, criando a atmosfera de uma pequena vila. Cada casa tem uma função específica: a primeira casa – Casa 1 – armazena todo o material produzido ao longo desses 20 anos. Lá estão colchas de retalhos, bonecas, tecidos, estandartes, pinturas com tintas naturais, instrumentos musicais, fotografias e arte em toda parte, formando um grande museu onde cada objeto guarda uma memória das Mulheres e de Pedra de Guaratiba. Na cozinha, panelas de barro e decoração com livros de receitas quilombolas enriquecem o ambiente.

Um grande achado são as obras que fazem referência à Pedra de Guaratiba, como as do Pintor Sérgio Vidal, consagrado como um dos maiores pintores da realidade popular brasileira, tendo a aspiração depois de conhecer o Ateliê de Heitor dos Prazeres, possui acervo no Museu Afro Brasil e também, na Galeria Brasiliana. 

O outro espaço, uma casa que funciona como ateliê e laboratório do Gigantes de Pedra, guarda as fantasias das Orixás e divindades, adereços dos pernaltas para fazerem cortejos. Festejos em que saem na rua, brincando a arte de fazer circo e boas celebrações, as pernas de pau abrindo os caminhos para a passagem das festas populares, o cortejo será para a Festa de Primavera com data marcada e promete reunir 100 pessoas. 

A outra casa recebe hóspedes, divididos em 2 quartos com camas de solteiros e forrados com colchas de fuxicos, quadros do Sergio Vidal e uma casinha de bonecas com várias bonecas dentro, além disso, guarda o livro tecido. A casa Leci Brandão é uma casa de hospedagem também, e armazena os arquivos, as linhas de costura e agulhas das Mulheres de Pedra e toda sua história durante os 20 anos. A casa Conceição Evaristo abriga uma sala de aula que oferta pré-vestibular a pessoas negras da comunidade. 

Educação através da coletividade e do contato com a natureza

O processo de desenvolvimento e parceria fez com que, ao longo dos anos, a Coletiva se expandisse e ganhasse novas conexões, como Mães de Guaratiba, Gigantes de Pedra, Rede Carioca de Agricultura Urbana, Movimento de Economia Solidária e Arranjos Produtivos Locais.

É interessante observar as ramificações das raízes que essas mulheres nutrem e cultivam para potencializar suas vidas. Nas trocas e rodas de conversa, seja no preparo de um almoço ou em encontros marcados, o orgânico das relações se mistura para criar um modo de vida mais simples e consciente, onde todos podem contribuir. O natural faz parte desse processo. 

“A gente recolhe óleo de cozinha aqui, temos a banana, a mãegueira [referência ao pé de manga] que dá muita manga, pitanga, goiaba, uma horta de plantas medicinais, as PANCs para comer cruas, babosa, além de semear alface, repolho, tomate, e cada uma de nós tem algo plantado,” exemplifica a fundadora Leila sobre a conexão com a natureza dentro do espaço coletivo.

Roda de conversa no Evento 10º VIVAS (Foto: Letícia Gonçalves/Nonada)

O evento 10º VIVAS (Vivências, Interação e Visibilidades Afro-Brasileiras), que aconteceu em julho de 2024, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, foi realizado no quintal da Casa de Mulheres em Pedra de Guaratiba. A programação contou com o almoço com os mais velhos e com quem chegava junto, roda de conversa sobre o cacau com Patrícia Nicolau, referência no assunto.

A comida serve como elo ancestral, e o cacau, um produto nativo do Brasil, era tradicionalmente consumido nas refeições matinais. No entanto, com o tempo, esse hábito se perdeu, o cacau tornou-se mais caro e passou a ser exportado. Na roda, a aproximação com o cacau ocorreu através de uma experiência sensorial: foi oferecido cacau líquido natural, sem aditivos, manteiga de cacau, sementes de cacau in natura e, por fim, um chocolate com 70% de cacau. 

Além dessa vivência, foram prestadas homenagens a mulheres de diferentes territórios que contribuem para a educação decolonial. Entre elas, destacam-se: a doutora em educação Lívia Netto; a pescadora Ana Sorriso; a criadora do Museu Casa Bumba Meu Boi, Auricelia Mercês; a artista e caiçara Raquel Potí; a defensora da soberania alimentar Ana Santos; e uma educadora grávida. 

Identidade Caiçara 

Os caiçaras são descendentes de tradições indígenas e costeiras, vivendo em harmonia como a terra e o mar. Suas comunidades estão em manguezais, praias e encostas da Mata Atlântica. A palavra caa-içara tem origem no tupi-guarani. Separando os termos, temos que “caa” significa galhos, paus ou “mato”, enquanto “içara” se refere a uma armadilha com galhos. Porém, o termo “caiçara” passou a significar as comunidades tradicionais de pescadores nos Estados de São Paulo, Paraná e sul do Rio de Janeiro. Com pouco contato com a vida urbana, os caiçaras desenvolveram uma relação forte com o ambiente, coexistindo de forma saudável com os recursos naturais disponíveis.

A pescadora Ana Sorriso (Foto: Letícia Gonçalves/Nonada)

Um dos modos de viver é a pescaria, onde essas pessoas tiram o seu sustento. É bem comum ver homens exercendo a profissão de pescador, mulheres geralmente são marisqueiras. Mas há algo inusitado nos rios de Pedra de Guaratiba, existe a Ana Sorriso, com sua voz que preenche o espaço, sua risada, seus braços que remam no Kaiko (barco) me levam para o meio das águas, onde ela pesca. 

Ana Celeste pesca desde os 14 anos e, com 33 anos de profissão, compartilha sua relação com o mar: “Eu não seria marisqueira, não consigo ficar parada. Tive a visão de pescar camarão com meu falecido pai, Cristóvão, remando e jogando a tarrafa aos 14 anos. Depois, minha mãe me deu uma canoa, e eu pescava parati e corvinota. Aprendi a pescar antes mesmo de querer isso. Pedia ao meu irmão para me levar, e descobri que o mar é fascinante. Sou um peixe fora d’água; em vez de falar na frente do ônibus, falo a proa do ônibus. Já é minha natureza, está em mim!”, manifesta Sorriso, sua humanidade. 

 “As pessoas acham que é o fim do mundo, uma mulher pescar. Por causa de quê?” indaga a pescadora Ana Sorriso. E continua: “Elas [mulheres] não conhecem, elas não sabem como é saboroso ter contato com a natureza viva. Tem muita mulher que já pescou nessa Baía, não como agora, agora tá pouco peixe. É minha profissão como as outras, eu preciso trabalhar. Eu não sei ser outra coisa, além de ser caiçara. Tá no íntimo, a gente é aquilo que é, tem o instinto como uma defesa é inato em mim. Já trabalhei como doméstica, mas não gosto de nada que me prenda; eu sou como o vento, o mar”, a pescadora além de contadora de história, se mostra poeta em quase toda entrevista.

Colcha de retalhos das Mulheres de Pedra (Foto: Letícia Gonçalves/Nonada)
“Dá licença ê!”: Mulheres de Pedra pedem passagem 

Há grandezas quase imperceptíveis que frequentemente passam despercebidas. As Mulheres de Pedra não eram vistas nem mencionadas em seu próprio território pela comunidade. No entanto, houve um salto que apenas a persistência e a essência podem proporcionar, e, neste caso, braços femininos sustentados e sensibilizados como os de Dona Leila de Souza Netto, Isabelle Furtado e Ana Sorriso, todas Mulheres de Pedra e muitas outras. 

“A coletiva se transformou através de um modo mais feminista e mais afrodescendente, reconhecendo nossas bases e descobertas. Esse coletivo evoluiu para mim e para as mulheres – não apenas através de narrativas, escutas e criatividade – mas também para se localizar no tempo e no espaço, o que não é fácil. É preciso ser muito para trabalhar nesse contexto”, comenta a liderança Leila Netto sobre o objetivo da coletividade de mulheres. 

“A gente viveu esse quintal com uma potência muito, muito forte por 10 a 15 anos. Ana Sorriso, que há 20 anos atua no Mulheres de Pedra, conta sua trajetória: “As Mulheres de Pedra é o incentivo ao eu feminino; elas trabalham com a natureza. O que me levou, foi quando falava poesia, eu gostava de ir lá, eu faço poesia. Frequento lá há mais de 20 anos, onde ajudava a preparar almoço e jantar e conhecia outras pessoas. O trabalho delas, que ajuda a trabalhar a mente das pessoas desde a semente, apoiando aquelas que estão com depressão e desenvolvendo o que elas têm no íntimo, como artesanato e pintura, também ajudou para caramba na minha própria área”, reflete Ana Sorriso sobre o movimento que a levou para a iniciativa. 

A pescadora Ana, 47, relata como chegou à Coletiva: “Aprendi muita coisa com as Mulheres de Pedra. Eu estava passando por um momento difícil, psicologicamente e espiritualmente. Lá, comecei a falar sobre alecrim, ervas e meditação – um mergulho profundo – que me ajudou a me reerguer”, emociona conta sobre esse encontro com seu lado feminino e o despertar dele. 

Isabelle Furtado, 25, estudante de Produção Cultural, diz sobre o primeiro momento com as Mulheres de Pedra: “Eu conheço as Mulheres de Pedra desde 2013, mas foi a partir dos cortejos em 2022 que os pernaltas do bairro começaram a se integrar. Minha conexão com Leila [matriarca da Coletiva] se aprofundou quando, um dia, passei pela casa das Mulheres de Pedra e ela me convidou para entrar e almoçar com elas. Desde aquele dia, nunca mais desgrudei e senti cada vez mais que aquele era o meu lugar”, revela uma das mais novas a fazer parte do movimento. 

A troca é muito circular, como uma grande roda onde todas se olham e se enxergam: “É um ambiente muito orgânico de aprendizado mútuo, horizontal e coletivo. Mesmo sendo mais jovem em comparação com elas, me sinto como numa roda de amigas, tomando nossos chás da manhã, conversando sobre angústias, projetos e felicidades. Tudo é permeado por uma energia de apoio, incentivo e esforço para nos fortalecer mutuamente”, emocionada conta Isa sobre o afeto que sente por essa Coletiva.

Em cortejos e festejos, pelas ruas de Pedra de Guaratiba, com fantasias e brincadeiras, as Mulheres de Pedra se somam aos pernaltas dos Gigantes de Pedra. Mas elas abrem também, caminhos dentro do cinema negro brasileiro com mulheres, explorando as performances e suas vivências com muita sagacidade. 

Elekô é um curta-metragem produzido e pensado pelas Mulheres de Pedra em 2015. A escolha do nome veio do seu significado Elekô quer dizer uma comunidade de Yabás e além disso, são consideradas entidades mulheres de Obá. O destaque aqui: essas mulheres não possuíam a técnica do fazer cinema, mas juntas conseguiram mais um feito. 

“Somos do audiovisual. O Elekô foi muito livre ao participar de um edital de 72 horas; foi uma experiência muito leve, sem um roteiro definido. Fomos para a performance com a ideia de ‘soprar tudo que você quer soprar, tudo que você quer colocar para fora nesse saco’. A cena foi muito boa; ela passou o dia inteiro com aquele saco. E ganhamos os três prêmios”, satisfeita conta Leila sobre o bom trabalho que fizeram em outra linguagem. 

Entre a lama e a vida

Segundo o Mapa de Conflitos da Fiocruz,  a baía de Sepetiba foi modificada por “megaempreendimentos que impactam diretamente a manutenção do trabalho e da vida, gerando uma série de conflitos envolvendo o uso dos bens naturais por pescadores artesanais e suas famílias”. A região chegou a ser coberta por lama ao longo dos anos devido ao despejo de minérios e carvão que ocorre desde os anos 1990, segundos os moradores.

“Nas últimas décadas, a baía de Sepetiba recebeu uma série de projetos como a expansão do Distrito Industrial de Santa Cruz, cujo principal empreendimento foi a instalação da Termium (antiga ThyssenKrupp Companhia Sideúrgica do Atlântico – TKCSA), e a ampliação do Complexo Portuário de Itaguaí, tornando-se parte do território siderúrgico, industrial e portuário do estado do Rio de Janeiro. Em meados de 2021, mais um megaempreendimento foi anunciado para a baía de Sepetiba, um projeto das empresas Karpowership Brasil Energia Ltda e Karpowership Futura Energia Ltda, ambas de origem turca, que consiste na instalação de quatro Usinas Termelétricas (UTEs) a gás sobre balsas flutuantes e torres de transmissão de energia”, aponta o relatório.

“Eu pescava com 200, 300 metros de rede. Hoje, eu pesco com 100 metros, ontem eu 20 quilos de peixes também, eu vendo tudo, tiro uns peixes para comer. De acordo com aquilo que a natureza nos dá”, conta Ana sobre o impacto da vida no mar depois de uma série de crimes ambientais. 

E complementa sobre a importância de cada elemento da natureza, como os manguezais: “Coisas que são importantes para nós vêm do mangue, como o ar limpo que respiramos. O mangue é vida, ele cria o lodo onde os peixes se alimentam nas raízes. Nanã [Orixá], da lama, a tainha come lama. Nesse ecossistema marinho, o mangue oferece proteção ambiental para os animais e peixes, além de ajudar a filtrar a lama”, explica a pescadora. 

Há muita vida nesses rios e na Baía de Sepetiba, apesar dos desafios como o despejo de esgoto. O Movimento Baía Viva, por exemplo, atua na fiscalização das ações das grandes empresas, buscando melhorias na qualidade de vida dos moradores e dos caiçaras remanescentes dessa região. A Baía de Sepetiba é também conhecida como o maior reduto de botos-cinza, evidenciando sua importância ecológica e como a vida insiste em emergir dos fundos das águas. 

Ana mostra a força da natureza em Pedra de Guaratiba: “Minha melhor história foi lá no João Congo. Vinícius estava no barco, e o peixe começou a bater forte, fazendo tuctuc no casco enquanto soltávamos à rede. Quando olhei para o meu irmão, ele estava remando com força, e de repente o peixe levantou a rede —um monte de peixes. Pegamos 1.111 quilos de piraúna neste dia”, conta a pescadora, encantada.

Letícia Gonçalves

Jornalista carioca que trabalha com temáticas culturais, economia criativa, literatura e educação decolonial. É pesquisadora de Rodas de Sambas Cariocas, produtora cultural e fotógrafa de rua e de favelas cariocas. 

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