Em uma época em que a crescente quantidade de informação acaba impedindo que o público consiga assimilar tantas novidades ao mesmo tempo, um grupo de jovens compositores gaúchos teve uma ideia simples e prática para divulgar seu trabalho. Trata-se do projeto ESCUTA – O Som do Compositor, que terá sua primeira edição no próximo final de semana, em Porto Alegre.
São nada menos que 12 artistas, divididos em duas noites – 15 e 16 de setembro, em apresentações na galeria LA PhOTO. Na primeira noite, sobem ao palco Alércio, Alexandre Kumpinski, Clarissa Mombelli, Ed Lannes, Ian Ramil e Leo Aprato. Na segunda, é a vez de Gisele De Santi, João Ortácio, Rodrigo Panassolo, Romes Pinheiro, Saulo Fietz e Thiago Ramil. Cada um deles terá 15 minutos para mostrar seu trabalho.
Segundo Clarissa Mombelli, a ideia surgiu após uma troca de ideias entre os compositores e a proprietária do LA PhOTO, Regina Protskof, que ofereceu o espaço para as apresentações inaugurais. “A partir daí, o grupo foi se organizando, uns foram convidando os outros de forma natural, amigos, conhecidos ou parceiros musicais, e a relação de amizade foi se estabelecendo a partir de então. Muitos dos componentes nem se conheciam até esse momento. Desde então, o grupo tem se reunido para uns mostrarem aos outros seus trabalhos, o que influencia muito na criatividade e na criação individual de todos”, avalia a cantora, que já lançou um disco, Volta no Tempo, e está gravando o segundo álbum.
Para Clarissa, é natural que os compositores trabalhem sozinhos pelo fato de o trabalho ser algo pessoal e intimista. “No caso das pessoas que constroem suas carreiras junto a uma banda, por uma questão de manter uma unidade, algumas composições ficam paradas ou acabam modificadas, tomando assim rumos diferentes do que quando são concebidas; é o que naturalmente ocorre quando as canções passam a ser trabalhadas mesmo em carreiras solo, como é o meu caso. O projeto dá a oportunidade de as pessoas manifestarem suas inspirações e personalidades através de uma coletividade que respeita o individual e não interfere na criação, mas que gera ideias e incentiva a cooperação musical”, acredita.
Segundo ela, apesar de coletivo, o projeto busca manter a personalidade de cada músico, sem novos arranjos para as canções. Pelo contrário: a ideia é mantê-las em suas formas mais cruas. “Temos todos trabalhos bem distintos e não nos preocupamos em manter uma unidade estética”, explica. “Mas a ideia é não deixar este grupo fechado, e sim ir abrindo espaço para novos compositores que possam vir a se somar ao projeto”, completa Clarissa.
ESCUTA – O Som do Compositor
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