O pensamento decolonial

Qual a diferença entre descolonização e decolonialidade? Como o conceito de decolonial se diferencia de contracolonial? Quais são as origens de todos esses termos?  Segundo o professor José Carlos Gomes dos Anjos, a decolonialidade “é um conceito que deriva de uma persistente luta política e epistêmica dos movimentos sociais indígenas e do movimento negro – com muita participação do movimento das mulheres negras no processo de articulação das dimensões entre racismo e patriarcalismo”. O pesquisador explica que o conceito de raça é central para entender a decolonialidade, uma vez que serviu à continuidade da supremacia branca mesmo após a descolonização em povos não-europeus.

Já a descolonização, teorizada por pensadores e teóricos, como Patrice Lumumba e Aimé Césaire, Amilcar Cabral e o Frantz Fanon, refere-se à formação de nações pós-colonização europeia e a “um movimento de substituição das autoridades políticas europeias por autoridades políticas dos territórios outrora colonizados”.

Há ainda o conceito de contra-colonização, cunhado pelo intelectual quilombola Nego Bispo. Segundo Gomes dos Anjos, o termo é “bastante interessante, sugerindo que existem espaços e territórios indígenas e negros que nunca foram, de fato, colonizados”.

Mais do que uma substituição de termos, ele acredita no aprofundamento e tensionamento que novos intelectuais podem trazer, como é o caso da contribuição do pensador quilombola Nêgo Bispo. A interpelação que vem do lado Quilombola introduz uma questão: “o quanto vocês estão ainda colonizados? O quanto vocês precisam se descolonizar?”. E o quanto isso é importante para aquilo que ele diz [no livro A Terra Dá, A Terra quer] “para que os nossos netos não venham a continuar querer colonizar os nossos territórios”, relembra o professor. 

Leia aqui a entrevista completa:.

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